Marília é uma cidade nova e promissora. Desponta como uma das mais belas do interior de São Paulo e encanta quem a visita. Filha do café, guarda em seu nome uma bela história de amor, amor este que toma para si como título maior: “CIDADE SÍMBOLO DE AMOR E LIBERDADE”.
Não se ama o que não se conhece. Isto vale par o que se ensina. Conhecer o lugar em que se vive possibilita construir uma outra relação afetiva com o que nos cerca. As ruas, esquinas, prédios e pessoas ganham outra dimensão. O chão em que pisamos é uma amálgama de passos passados e nele edificamos o nosso futuro e o dos outros.
- PERCURSO (sugestão para aula-passeio)
Início: Igreja Santo Antonio, rua Prudente de Moraes, rua Quatro de Abril, rua Paes Leme, avenida Sampaio Vidal, rua Nove de Julho, Estação Ferroviária, praça Maria Isabel, Igreja São Bento.
Retorno: rua Nove de Julho, avenida Ipiranga, rua Gonçalves Dias, rua Bahia, avenida Sampaio Vidal, rua Nove de Julho, Igreja Santo Antonio.
- LUGARES, RUAS, PRÉDIOS E AVENIDAS *
1 – IGREJA SANTO ANTONIO: Em homenagem ao santo do nome de Antonio Pereira da Silva, fundador do Patrimônio Alto Cafezal (com seu filho José Pereira da Silva, o “Pereirinha”). Santuário inaugurado em dezembro de 1.924, cuja imagem de santo Antonio de Pádua foi adquirida em São Paulo pelo sr. Santo Bassan.
2 – RUA PRUDENTE DE MORAES: Uma das mais antigas da cidade. O prédio de nº. 308 foi residência do prefeito José Coriolano de Carvalho (1932-33), natural de Barros, estado de Piauí, nascido a 8 de maio de 1.893. Diplomado em farmácia e medicina pela Universidade do Rio de Janeiro. Faleceu em Marília em 29 de fevereiro de 1.968.
3 – RUA PRUDENTE DE MORAES (esquina com rua Quinze de Novembro): Floricultura “Bem-me-quer”. Funcionava neste prédio a primeira casa de modas de Marília. Chamava-se “Casa de Modas Elite”, a primeira do gênero na cidade, de propriedade do casal Osório Lopes Neves e Guiomar.
4 – RUA PRUDENTE DE MORAES (esquina com rua Quatro de Abril): Neste edifício funcionava um estabelecimento comercial denominado Casa das Fábricas, que comercializava tecidos. Até ao anos 1.940 era comum se morar nos estabelecimento comerciais, em cima nos sobrados ou nos fundos das residências. Foi demolido no início de 2012.
5 – RUA QUATRO DE ABRIL: Recebeu este nome em homenagem à data de instalação do município de Marília. Antes, chamou-se Benjamin Motta, nome do advogado que auxiliou José Pereira da Silva na expulsão de jagunços que invadiram o Patrimônio Alto Cafezal.
6 – RUA PAES LEME: Até abril de 1.933 era rua dr. Luiz Miranda (Luiz Rodolfo de Miranda que trabalhou no projeto de criação do município de Marília em 1.927).
7 – RUA PAES LEME (edifício nº. 20): Neste edifício funcionou a Rádio Clube de Marília. Autorizada a funcionar pelo Decreto nº. 731 de 3 de abril de 1.936, foi a primeira emissora instalada no município. Funcionou antes em prédio à av. Gonçalves Dias, em frente à Delegacia de Polícia. Seu prefixo era “A emissora que nasceu com a cidade”.
8 – AVENIDA SAMPAIO VIDAL ESQUINA COM RUA ALAGOAS (prédio da atual agência do Banco do Brasil): Onde se localiza a agência do Banco do Brasil ficava o Hotel São Bento, o primeiro de alvenaria da cidade, mandado construir em 1.929 por Bento de Abreu Sampaio Vidal. Neste local ficavam os pés de café que inspiraram o nome de Alto Cafezal. Infelizmente, o hotel foi demolido entre 2008/2009.
9 – AVENIDA SAMPAIO VIDAL: Nome dado em homenagem a Bento de Abreu Sampaio Vidal. Antes chamava-se avenida 10 de Novembro, data do Golpe de Estado Novo, dado por Getúlio Vargas.
10 – AVENIDA SAMPAIO VIDAL (prédio do Restaurante Ao Tempero Caseiro): No prédio funcionava o antigo Tênis Clube, nascido em 1.930, onde se vivia a “domingueira”. Na década de 1.950 era o lugar onde aconteciam grandes bailes como o “do algodão” e “da primavera”.
11 – AVENIDA SAMPAIO VIDAL (prédio da antiga Caixa Econômica Estadual, a Nossa Caixa): Neste lugar estava edificada a Casa Bancária Almeida & Cia., fundada em 1.934 por Zezé de Almeida e seu cunhado dr. José Cunha Júnior. Em 1.943 foi transformada no Banco Brasileiro de Descontos S/A, o BRADESCO, fundado em 10 de março de 1.943.
12 – AVENIDA SAMPAIO VIDAL (prédio ao lado do edifício Marília): Neste prédio funcionava a Cantina do Felipe. Inaugurada em 12 de setembro de 1.952, tinha bar, restaurante e churrascaria. Seu proprietário era o sr. Felipe Elias Miguel.
13 – EDIFÍFIO MARÍLIA: Na esquina da rua Nove de Julho com av. Sampaio Vidal. No nono andar deste edifício funcionou de outubro de 1.954 até 1.967 o Restaurante Marília. Lá das alturas descortinava-se toda a cidade. Onde hoje é o edifício era a casa de tábuas do primeiro prefeito, dr. Durval de Menezes. Foi o segundo arranha-céu da cidade.
14 – RUA NOVE DE JULHO: Até 1.934 era formada por três ruas: rua Tamandaré, que ia do Alto Cafezal, próximo à Igreja de Santo Antonio até a av. Sampaio Vidal; rua Ceará, até chegar nos trilhos da estrada de ferro e rua Minas Gerais, daí até os altos da Santa Casa.
15 – RUA NOVE DE JULHO (prédio da Farmácia Noturna): Criada em 1.949, a primeira a ficar aberta à noite no estado de São Paulo.
16 – RUA NOVE DE JULHO (prédio da atual Galeria Atenas): Neste prédio funcionou a Mesbla, famosa loja de departamentos que teve seu primeiro escritório de vendas no prédio do antigo Banco do Estado (na rua Alagoas esquina com av. Sampaio Vidal). Era o segundo escritório do Brasil, sendo o primeiro em Curitiba/PR. Sua grandeza se deveu a seu presidente, o francês Luiz La Signe, que forjou o nome a partir de partes das palavras “Mestre et Blatgé”. A Mesbla encerrou suas atividades em Marília em 28 de dezembro de 1.990.
17 – ESTAÇÃO FERROVIÁRIA: Em 1º. de julho de 1.928 chega a Marília o primeiro trem da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, com a locomotiva 201. No mesmo ano, em 30 de dezembro, chegou o prime iro trem de passageiros, inaugurando assim a estação. O comboio deu entrada na gare às 10h30, com treze carros repletos de passageiros.
18 – O RELÓGIO DA ESTAÇÃO: Marcando momentos históricos, o relógio lá estava quando em 1.928 o trem chegou. Na plataforma da Estação Marília estavam 3.000 pessoas que viram, deslumbradas, o grande relógio e os 13 carros que chegavam pela primeira vez. Era pela hora daquele relógio que se acertava o tempo.
19 – AVENIDA NELSON SPIELMANN: Chamou-se avenida Brasil até 1.932. Recebeu a denominação atual porque nela residiam os pais do herói mariliense da Revolução Constitucionalista de 32, que tombou na Serra da Bocaina em 06 de setembro daquele ano. Nelson Spielmann nasceu em Jaboticabal no dia 17 de novembro de 1.908. Seus despojos forma transladados para o Monumento do Ibirapuera em São Paulo.
20 – PRAÇA MARIA ISABEL / IGREJA SÃO BENTO: Na praça Maria Isabel (em homenagem a Maria Isabel Botelho de Abreu Sampaio Vidal, esposa de Bento de Abreu Sampaio Vidal) encontra-se a Basílica de São Bento (santo do nome de Bento de Abreu). Criada em 1.929, a Catedral Basílica de São Bento Abade foi construída em estilo colonial e barroco. Catedral é a Igreja mãe, onde está a cátedra do bispo e onde ele ensina. A igreja São Bento guarda os despojos de Bento de Abreu e sua esposa.
21 – RUA NOVE DE JULHO (esquina com a avenida Ipiranga): Neste lugar funcionava a Casa Verde Ferragens, a primeira de construção em Marília. Ela foi montada primeiramente no predigo da antiga Cáritas Diocesana, que pegou fogo e se transferiu para esta esquina. O nome Casa Verde foi dado pelo proprietário por achar que a cidade tinha muito verde. Em 1.943, falecido o pai, proprietário, os filhos continuaram a Casa Verde até 1.962. A loja teve uma filial onde se encontra hoje o Restaurante Giovanni, na av. Sampaio Vidal nº 562 .
22 – AVENIDA IPIRANGA: Juntamente com a AVENIDA BRASIL (onde ficavam as casas dos ferroviários da “Paulista” e onde está hoje o Terminal Rodoviário Urbano) recebia a denominação de Avenida do Café (até 1.932), tantos eram os caminhões carregados do “ouro verde” que esperavam pelos vagões de embarque na estação.
23 – AVENIDA IPIRANGA (prédio nº. 25): Neste prédio funcionava o Ginásio Municipal, anteriormente Ginásio Olavo Bilac, de ensino secundário (1.935).
24 – PAINEIRA (na rotatória que liga as ruas Maranhão e Amazonas): Neste local ficava a plataforma de serviços e manobras dos trens da Companhia Paulista. Por entre os pés de mamona, comuns na cidade, sobressaiam altas paineiras. Esta velha paineira segue imune ao corte e mereceu do historiador Paulo Corrêa de Lara os versos que a imortalizaram:
“Velha paineira, linda paineira
Do fim da rua Maranhão
Tu te balanças toda fagueira
Ao suave sopro da viração.”
25 – CENTRO ESPÍRITA LUZ, FÉ E CARIDADE: Rua Gonçalves Dias. Criado em reunião de 30 de novembro de 1.938. Teve sua sede construída posteriormente, em 1.930.
26 – TATWA INTELIGÊNCIA, AMOR E VIDA: Rua Gonçalves Dias. Sociedade fundada, em Marília, por Alfeu César Pedrosa, em 26 de novembro de 1.929.
27 – ANTIGO PRÉDIO DO FÓRUM (rua Bahia): Neste prédio funcionou o antigo Fórum da cidade. O prefeito Pedro Rojo Lozano Sola, em sua gestão (1.973-76), conseguiu do estado a construção do atual Fórum “Dr. Waldemar Moniz da Rocha Barros” já que o antigo não mais comportava a instalação de novas varas de justiça que a cidade necessitava.
28 – PRÉDIO DA PREFEITURA MUNICIPAL: Paço Municipal “Capitão Adorcino de Oliveira Lyrio”. A construção do prédio teve início na gestão do prefeito que lhe dá nome (1.952-55). O prefeito Otávio Barreto Prado, em sua gestão (1.960-63), transferiu o Paço Municipal instalado à rua São Luiz esquina com rua 9 de Julho para este edifício.
29 – PRAÇA SATURNINO DE BRITO: Em 1.930, descampada e ainda por fazer, abrigava feiras livres aos domingos e quintas. Após a Revolução de 32, recebeu o nome do voluntário Augusto Saturnino de Brito, que tombou em setembro daquele ano na batalha e está sepultado no Rio de Janeiro.
30 – EDIFÍCIO OURO VERDE / GALERIA SANTA LUZIA (na av. Sampaio Vidal): Neste local funcionou, a partir de 1.929, em prédio de madeira, o 1º. Grupo Escolar de Marília. O Edifício Ouro Verde foi o 1º. arranha-céu de Marília, inaugurado em 1.951.
31 – AVENIDA SAMPAIO VIDAL ESQUINA COM RUA MARANHÃO (atual Igreja Universal do Reino de Deus): Aqui funcionava a Casa Montolar, um grande armazém de propriedade de Ângelo Montolar Buil. À época, vendia muito formicida “Capanema” já que aqui havia muitas formigas em função das fossas cavadas no solo, nos primeiros tempos. Há no Supermercado Tauste um grande painel com foto do lugar datada de 1.928.
32 – AVENIDA SAMPAIO VIDAL ESQUINA COM RUA DOM PEDRO (atual Farmácia Drogalar): Neste local funcionou a Casa Comercial Nossa Senhora Aparecida, de secos e molhados, ferragens e tecidos. O terreno tinha frente para a av. Sampaio Vidal e fundos para a rua Quatro de Abril. Na frente, o comércio, nos fundos a primeira indústria de Marília, a primeira fábrica de gelo que ficava ao lado da primeira prefeitura (onde estava a Associação Comercial). Isto em 1.928.
33 – AVENIDA SAMPAIO VIDAL (prédio nº. 562 – atual Restaurante Giovanni): Há foto que registra a existência deste prédio em 1.936. Na década de 1.940 abrigava uma filial da “Casa Verde”, que comercializava materiais para construção e ferragens.
34 – RUA NOVE DE JULHO: Uma das mais antigas da cidade. Na esquina desta com a rua São Luiz funcionava o “Paço Municipal”, transferido para o prédio atual na administração de Otávio Barreto Prado (1.960-63).
35 – RUA NOVE DE JULHO ESQUINA COM RUA QUATRO DE ABRIL (prédio da atual Lotérica Predileta): Antigo prédio da Câmara Municipal de Marília. A primeira Câmara Municipal funcionou à rua Benjamin Motta, hoje Quatro de Abril, onde se encontrava o prédio da Associação Comercial.
36 – RUA SÃO LUIZ: Uma das primeiras ruas da cidade, junto com as ruas 9 de Julho, Prudente de Moraes, 24 de Dezembro e 15 de Novembro forma uma das quadras mais antigas da cidade. Nesta rua ficava a casa do fundador, Antonio Pereira da Silva.
37 – PRÉDIO DA ASSOCIAÇÃO DOS ALFAIATES: Rua Nove de Julho. A Associação foi fundada em 10 de março de 1.944. A sede possui dois pavimentos e salão de bailes.
38 – RUA QUINZE DE NOVEMBRO: Era conhecida como “rua das Lavadeiras” por causa das mulheres que lavavam a roupa nas nascentes do Ribeirão do Pombo, pros lados da antiga rodoviária, no chamado “buracão”.
39 – MERCADÃO MUNICIPAL: Rua Quinze de Novembro. Sua construção teve início em 1.937, quando era prefeito o sr. João Neves de Camargo. Era o centro hortigranjeiro e fruticultor da cidade.
40 – RUA VINTE E QUATRO DE DEZEMBRO: Data da criação do município pela lei nº. 2.320 de 24 de dezembro de 1.928. Nesta rua, entre as ruas Prudente de Moraes e Nove de Julho, foi vendida a primeira “data” do Alto Cafezal, comprada em 1.923 pelo cozinheiro Azarias Celestino, de Cafelândia.
41 – AVENIDA SANTO ANTONIO: Antiga rua Santo Antonio. Foi transformada em avenida em 1.931 na administração do interventor tenente Heli Fernandes Câmara.
Levantamento e roteiro: Adilson Ricardo de Lima Dantas
- REFERÊNCIAS
EVANGELISTA JR., Ivan. Cidade de Marília: guia roteiros turísticos. Marília: [s.n.], [2.002]. Edição Comemorativa – 73 anos.
LARA, Paulo Corrêa de. Marília, sua terra, sua gente. Marília: Editora Iguatemy de Comunicações, 1.991.
MOREIRA, Baltazar de Godoy; MAGALHÃES, Alcides Lages. Marília: cidade nova e bonita. Marília: [s.n.], 1.936.
TANURI, Rosalina. Marília, no tempo e na saudade: coletânea de crônicas sobre as “raízes” da cidade. Marília: [s.n.], 2.001.
______. Ruas que mudaram de nome. Jornal Diário de Marília. Marília: 9 nov. 2.003. Suplemento, p. 3-R.
______. Quem plantou o Alto Cafezal? Jornal Diário de Marília. Marília: 2 nov. 2.003. Suplemento, p. 3-R.
______. O pioneiro dos pioneiros. Jornal Diário de Marília. Marília: 24 ago. 2.003. Suplemento, p. 3-R.
______. Marília, berço do Bradesco. Jornal Diário de Marília. Marília: 30 mar. 2.003. Suplemento, p. 3-R.
______. Um relógio histórico. Jornal Diário de Marília. Marília: 16 fev. 2.003. Suplemento, p. 3-R.
______. A avenida do benfeitor. Jornal Diário de Marília. Marília: 15 dez. 2.002. Suplemento, p. 3-R.
______. O “Grupão” de madeira. Jornal Diário de Marília. Marília: 8 dez. 2.002. Suplemento, p. 3-R.
Qual era a Rua Dirceu?
ResponderExcluirOlá Fabiana...você encontrou referência a esta rua no roteiro ou está querendo saber onde fica esta rua? Particularmente desconheço, mas vou procurar. Adilson.
ExcluirMeu pai nasceu em Marília e eu passei muitas férias ai, meu tataravô fez parte do hotel São Bento, o primeiro da cidade, minha biza , minhas tias moravam na rua Carlos Gomes, 212, muita sdd
ResponderExcluirMeu bisavô era Benedicto Faria , dono do hotem São Bento em Marília, que emoção ler o nome dele na historia da cidade.
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